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Feira de turismo movimenta Gramado diante de boas perspectivas para o setor

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Feira reúne 2,7 mil pessoas , com 40 países representados, entre eles a Argentina, mas o Brasil ocupa a maior parte do espaço – Crédito/Foto Bruno Todeschini / Agencia RBS

FLAVIA NOAL

A agente de viagens Nathaly Alves saiu de Rio Grande, no Sul do Estado, na quinta-feira (3) para passar a noite em Porto Alegre e seguir para Gramado na sexta-feira (4). Na Região das Hortênsias, ela foi na Festuris – Feira Internacional de Turismo de Gramado, que se encerra neste sábado (5). Fascinada com o evento que reúne 2,7 mil marcas do setor, ela lamentou que só pudesse participar do evento por um dia. Após ser perguntada sobre se levaria muitas informações aos próprios clientes, ela simplesmente levantou os braços mostrando a quantidade de sacolas que carregava: eram seis, com detalhes de diferentes regiões turísticas.

— É a primeira vez que venho, por querer conhecer uma feira tão grande. É muito legal, estou apaixonada. A gente vem lá do interior e não tem tanta coisa assim — disse.

São 40 países representados no evento. O Brasil, claro, reúne a maior parte, mas existe uma diversidade de regiões de onde saem esses participantes:

— A gente acaba reencontrando o pessoal, e relacionamento soma muito nesta área — explica Emilly Duarte, do setor de eventos de um hotel de Alagoas.

 

Nathaly Alves veio de Rio Grande, no Sul do Estado, e juntou muito material com informações de clientes – Crédito/Foto: Bruno Todeschini / Agencia RBS

Além de encantar visitantes de primeira viagem, a Festuris continua a chamar a atenção também de quem é costumaz frequentador. A turismóloga Luciane Carvalho, da prefeitura de Torres, aproveitava todo o encanto do estande de Minas Gerais na tarde de sexta-feira. Enquanto tomava um cafezinho passado na hora por representantes do governo do Estado, ela contou que participa do evento desde a primeira edição — essa é a 34ª. Luciane contou estar encantada com a forma como a Festuris sempre inova e tem a percepção de que cada vez mais os frequentadores são profissionais qualificados:

— Eu noto a presença de profissionais de todo o Brasil e do mundo e o quanto a Serra está preparada para recebê-los — destaca.

 

Turismóloga Luciane Carvalho, da prefeitura de Torres, aproveitou o encanto do estande de Minas Gerais – Crédito/Foto: Bruno Todeschini / Agencia RBS

Destinos

Quem circula pelos dois pavilhões do Serra Park, pela primeira vez ocupados integralmente pela Festuris, percebe uma grande variedade de opções de viagens. O evento é voltado para profissionais do setor e, nos estandes, as empresas e destinos usam de criatividade para chamar a atenção.

Minas Gerais comparece com estandes nos dois pavilhões. Em um deles, estão concentradas experiências gastronômicas. No outro, o visitante consegue explicações variadas sobre os destinos, além de beber o café e experimentar o queijo, iguarias pelas quais o Estado é reconhecido.

— É um Estado que tem os melhores queijos, cafés e cachaça do mundo. E falar isso não é exagero. Muitos dos nossos cafés são exportados. O mundo reconhece a nossa qualidade, mas no Brasil ainda não se sabe disso e esse é o nosso papel: mostrar o que Minas tem de melhor, que é o café, o queijo, a cachaça e essa prosa — explica o superintendente de Marketing turístico do Estado de Minas Gerais, Antônio Francisco Monteiro Mourão, o Kiko.

Além disso, o estande de Minas conta com um telão em que fica representada a pintura barroca do teto da Igreja São Francisco de Assis, em Ouro Preto, cidade declarada pela Unesco patrimônio mundial. Próximo desse estande, está o de outro Estado brasileiro que é um importante destino turístico. O Ceará ocupa um espaço central que chama a atenção pela beleza da decoração, feita por artesãos com crochê e renda. As promotoras contratadas para as demonstrações usam vestidos também de renda:

— Estamos destacando todos os pontos turísticos, a gastronomia e os trabalhos artesanais — resume Andréia Berkai, promotora do estande.

 

O diretor de Marketing do Ceará, Thiago Marques, veio vender as atrações turísticas do Estado do Nordeste – Crédito/Foto: Bruno Todeschini / Agencia RBS

O diretor de Marketing do Ceará, Thiago Marques, diz que o Estado tem três pontos de atração permanente de turistas: a capital Fortaleza, o Beach Park Fortaleza e Jeriquaquara. Porém, ele destaca que outros pontos vêm ganhando relevância, como as praias Cumbuco, Lagoinha e Fortim, além da Ilha do Guajirú. Ele aponta ainda que as Serras cearenses ganham relevância porque trazem uma experiência diferente com temperaturas mais amenas:

— Aqui é um mercado público-alvo para nós. O Sul e o Sudeste são os nossos maiores mercados — explica, sobre a participação na feira.

A expectativa é boa entre os participantes da feira. Carlos Barbosa, CEO da Vitrine Global Solvera, expõe há vários anos do evento. No estande, a empresa apresenta hotéis de diversos pontos das Américas.

— Estamos bastante animados, principalmente porque, pelos problemas com o visto no México, tem bastante interesse em Punta Cana. Todos os destinos do Caribe, na verdade, estão bastante visados — conta.

Gerente de Vendas na América Latina do Lopesan Costa Bávaro, um resort de Punta Cana, Jean Dorville explica que o turismo também está aquecido neste momento:

— Os destinos internacionais também cresceram com a passagem do período mais grave da pandemia — afirma.

 

Festuris Meeting é uma série de breves palestras sobre diversos assuntos relacionados ao segmento – Crédito/Foto: Bruno Todeschini / Agencia RBS

O futuro do turismo

Neste sábado (5), ocorre a segunda rodada da Festuris Meeting, uma série de breves palestras sobre o segmento. Na sexta-feira, uma das principais palestras foi com André Meyer Coelho, gerente de Projetos da FGV Projetos e integrante do Núcleo de turismo da FGV. Ele destacou frutos de uma pesquisa feita em parceria com o Sebrae. Para Coelho, o setor precisa ser melhor do que antes da pandemia. Entre as oportunidades, destacou um cenário de mais sustentabilidade, inovação, segurança, inclusão e competitividade:

— Nós, definitivamente, temos uma oportunidade de retomada. Mas retomada não é a melhor palavra, porque retomar é voltar ao que éramos em 2019 e precisamos sair melhor — salienta.

Já entre pontos de atenção, apontou que é a hora de repensar o modelo de negócios, com foco principalmente em processos adotados pelo segmento para bem atender aos clientes. Outros aspectos que, segundo ele, merecem cuidado são os custos, o ambiente externo ao próprio negócio e as tendências que se reinventam constantemente. Coelho apresentou ainda uma plataforma online que está sendo desenvolvida pelo Sebrae para apoiar o setor do turismo, com informações e subsídios para garantir a continuidade dos negócios.

A programação da Festuris, aberta na quinta-feira (4), segue até sábado (5) à noite.

Fonte: GZH – Pioneiro ECONOMIA – gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/economia/noticia

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