Arregaçar as mangas e enfrentar os desafios
A atual conjuntura dos setores de hospedagem e alimentação no Brasil, sob o ponto de vista do sindicalismo patronal brasileiro, nos remete a uma das situações mais desafiadoras dos meus quarenta anos de atuação na vida empresarial, dos quais vinte sete participando em organizações associativas e sindicais do patronato nacional e regional fluminense .
Vivemos uma das maiores crises econômicas que esta nação enfrentou desde a redemocratização do país, emoldurada por uma vivência política desgastante, na qual as instituições, em todos os níveis e esferas de poder, são questionadas pela população quanto à sua credibilidade e idoneidade, restando poucas exceções. Esta situação, aliada a uma burocracia descomunal, juros escorchantes, concorrência desleal devido a informalidade e violência crônica, tanto nos grandes centros, quanto no interior, produz um ambiente desestimulador para o empreendedor e são fruto de uma sociedade desigual e doente nas suas relações morais e éticas .
O que nos resta a fazer? Desistir, como muitos estão fazendo, procurando outros países para viver com suas famílias e filhos, talvez seja uma opção racional. Entretanto, aqueles que aqui construíram algo e amam esta terra ainda acreditam, como eu, que será possível vencer estes problemas e tentar uma vida mais justa e digna para os brasileiros.
Neste contexto é que resolvi apresentar meu nome para mais um mandato de quatro anos na presidência da FBHA, submetendo-me ao crivo dos meus pares para uma última gestão a frente da Federação a partir de junho do ano próximo. Nosso estatuto permite esta prerrogativa e percebo que os enfrentamentos que se apresentam exigem de minha parte assumir essa responsabilidade de colocar meu nome e de outros companheiros ao Conselho da Federação para lidar com este momento de turbulência.
Afora todo o descrito, estamos passando por um paradigma para as instituições sindicais do empresariado, e dos colaboradores também, oriundo da reforma trabalhista. A não obrigatoriedade da contribuição sindical, se por um lado permitirá um saneamento nas milhares de organizações de gaveta que existem e que nada fazem, tanto pelo patrão quanto pelos trabalhadores, por outro exigirá de todos nós idôneos e bem intencionados, criatividade, gestão, entrega e resultados para que nossas empresas acreditem no associativismo e participem das estruturas que representam a classe.
A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação e a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) creem que, mais do que nunca, agora temos que nos dedicar a assistir nossos representados, empresas do comércio, de alimentação fora do lar, entretenimento e meios de hospedagem, a lidar com a nova lei trabalhista. Amparar nossos sindicatos na interação com suas bases que vão precisar de orientação, dada esta nova realidade de uma economia desruptiva, que exige mudanças radicais nas leis cíveis, comerciais e nas relações de consumo.
Portanto, para o Turismo é imprescindível que se tenha a continuidade e reconhecimento de nossa organização maior, nos cabendo esta responsabilidade para próximos ano. Deste modo minha mensagem é de otimismo e muita vontade de trabalho para superarmos este momento e vivermos dias melhores. Conto com todos vocês.
Alexandre Sampaio de Abreu