FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO

Reajuste de vale-refeição e alimentação fica abaixo da inflação

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Crédito/Foto: Pexels

No primeiro trimestre deste ano, as empresas de todos os portes (pequenas, médias e grandes) elevaram o valor médio do crédito dos benefícios Sodexo Alimentação Pass e Sodexo Refeição Pass de seus colaboradores. Para o vale-alimentação, houve alta média de 10,08%. Já para o vale-refeição, o valor médio subiu 7,42%. Os dados são da base de clientes da Sodexo Benefícios e Incentivos.

Enquanto isso, no acumulado de 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país medida pelo IBGEficou em 11,3% até março. A alimentação no domicílio subiu 13,73%, e a fora do domicílio, 6,22%.

Em relação aos reajustes salariais, a maioria ficou abaixo ou igual ao índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador referência para os aumentos, que ficou em 11,73% no período.

Nas negociações cadastradas no Ministério do Trabalho e Previdência até março, os reajustes que ficaram abaixo do INPC tiveram a maior proporção: 39,9%. Já 30,9% tiveram reajustes iguais ao INPC. E a menor proporção (29,2%) teve aumento acima do índice inflacionário. O levantamento é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Maior valor médio do ticket é no Sudeste e Centro-Oeste

Por tipo de porte de empresa, as pequenas e médias empresas (PMEs) elevaram o valor médio do vale-alimentação em 7,07%, e as grandes empresas em 10,84%. Já para o vale-refeição, as PMEs subiram em 7,01%, e as grandes corporações, em 6%.

Os trabalhadores da região do Centro-Oeste foram os que conseguiram o maior valor médio no saldo do vale-alimentação nos três primeiros meses deste ano, com o valor médio de R$ 534,41. Em seguida aparecem as regiões Sul, com R$ 528,64; Norte, com R$ 433,19; Nordeste, com R$ 409,35; e Sudeste, com R$ 392,76.

Em relação ao vale-refeição, as maiores médias foram verificadas no Sudeste, com R$ 518,24. Em seguida aparecem Centro-Oeste, com R$ 463,04; Sul, com R$ 453, 72; Nordeste, com R$ 444,21; e Norte, com R$ 431,52.

A cidade de São Paulo registrou aumento médio do valor do vale-alimentação em 15,95%, que passou para R$ 335,56, e do vale-refeição em 8,25%, com o valor médio indo para R$ 522,12.

Empresas acompanham rumos da economia

O vale-refeição e alimentação são benefícios que não estão dentro da legislação trabalhista, por isso, as empresas têm a liberdade de oferecê-los ou não aos trabalhadores, assim como estipular os reajustes, a não ser que as regras estejam previstas em convenção ou acordo coletivo da categoria.

Os reajustes geralmente não têm relação com o aumento dos salários, mas com dos índices inflacionários, com o objetivo de evitar a perda do poder de compra dos trabalhadores com a inflação.

De acordo com Rodrigo Somogyi, diretor de produtos da Sodexo Benefícios e Incentivos, a hipótese para essa alta dos valores dos tickets é que as empresas entendem que a produtividade dos colaboradores está diretamente ligada à qualidade de sua alimentação.

“Com a inflação cada vez mais acelerada, atingindo principalmente os alimentos, as pessoas têm enfrentado diariamente o desafio de conseguir manter uma refeição nutritiva e balanceada dentro do orçamento. Essa é a razão pela qual vemos que houve alta no valor disponibilizado pelas companhias para o benefício vale-alimentação e vale-refeição”, diz.

Para Somogyi, as empresas sempre acompanham os rumos da economia e do mercado para tomar ações que possam contribuir com o seu negócio. “Este momento inflacionário mostra que as companhias estão investindo em seus colaboradores, a começar pelo aumento do valor do saldo do benefício para manter a boa produtividade de seu quadro”.

O diretor de produtos da Sodexo Benefícios e Incentivos esclarece que as empresas têm total liberdade para decidir o aumento dos benefícios.

“Nós, como parceiros, buscamos apoiar os RHs nessa tomada de decisão, por isso, realizamos pesquisas de mercado e estudos por cidades e regiões, segmentos da indústria, gasto médio, inflação para que as empresas utilizem os benefícios de maneira estratégica para atrair e reter talentos”.

Pandemia represou poder aquisitivo

Cristiano Fontes, diretor de Estratégia e Desenvolvimento da Ticket, marca da Edenred Brasil de benefícios ao trabalhador, afirma que, historicamente, as empresas atualizam os valores dos benefícios de alimentação e refeição, principalmente devido à inflação acumulada do período.

“Em determinados momentos, porém, vemos que algumas empresas não fazem esta atualização e, com isso, cai o poder aquisitivo do trabalhador, impactando não só a qualidade e valor nutricional da alimentação, como a sua própria saúde”, diz.

Fontes aponta que neste período de pandemia foi percebida uma perda do valor dos benefícios, devido ao aumento dos preços, o que levou a um represamento do poder aquisitivo que precisa ser atualizado pelas empresas.

“Além disso, outro fator foi o trabalho remoto, que alterou os hábitos de alimentação, com reflexos nos orçamentos domésticos. Com o retorno ao trabalho presencial ou híbrido, é necessária uma reavaliação do valor oferecido à nova rotina do trabalhador”, afirma.

Retorno ao trabalho presencial aumenta consumo de comida popular

Levantamento realizado pela Ticket, com base nas transações feitas com o benefício Ticket Restaurante, mostra que a culinária brasileira foi a mais consumida na modalidade presencial em maio, com valor médio gasto de R$ 38,47.

Em seguida, aparecem as categorias lanchonete e padaria, com valores médios de R$ 28,26 e R$ 27,06, respectivamente. No mesmo período do ano passado, a comida brasileira ocupou a segunda colocação, atrás de padaria, que alcançou o topo do ranking, e à frente de lanchonete, que na época ficou em terceiro lugar.

Confira a matéria completa em: G1 – ECONOMIA

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