Por Pablo Ribeiro, g1
O dólar opera em queda nesta sexta-feira (01), com investidores repercutindo a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre deste ano, que cresceu 0,9%, bem acima das expectativas do mercado financeiro, que previam alta menos expressiva, de 0,3%.
Outro dado importante e bastante aguardado é o relatório de empregos dos Estados Unidos, conhecido como payroll, que traz uma visão sobre como anda o mercado de trabalho e a atividade na maior economia do mundo.
Às 11h30, a moeda norte-americana caía 0,42%, cotada a R$ R$ 4,9290. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar encerrou o pregão em alta de 1,67%, vendido a 4,9500. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
- alta de 3,19% no mês;
- quedas de 1,76% na semana e de 7,54% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
O PIB brasileiro, apesar da desaceleração em relação ao primeiro trimestre, surpreendeu positivamente todas as expectativas de mercado, com um resultado forte em todos os setores da economia.
A alta de 0,9% foi puxada, principalmente, pela indústria e os serviços, que cresceram 0,9% e 0,6%. O agronegócio teve uma queda de 0,9%, mas cabe destacar que, no trimestre anterior, o setor havia disparado 21%, sendo natural uma leve desaceleração.
Além dos setores, sob a ótica da demanda o PIB também veio forte, com alta em todos os itens analisados:
- Consumo das famílias: 0,9%
- Consumo do governo: 0,7%
- Investimentos: 0,1%
- Exportações: 2,9%
- Importação: 4,5%
Este é o oitavo trimestre consecutivo em que o PIB apesenta resultado positivo consecutivo do PIB em bases trimestrais. O saldo vem depois de a atividade econômica brasileira crescer 1,8% no 1º trimestre, por conta da forte expansão da agropecuária.
Nos Estados Unidos, a economia criou 187 mil empregos não-agrícolas em agosto, segundo o Departamento do Trabalho. O número veio acima das projeções, que apontavam para 170 mil novas vagas.
A taxa de desemprego, no entanto, subiu para 3,8%, de 3,5% registrado em julho. Especialistas esperavam que a taxa se mantivesse no mesmo patamar.
Isso trouxe uma visão mais otimista aos mercados internacionais, porque, embora pareça contraditório, um mercado de trabalho menos aquecido nos Estados Unidos significam que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode interromper o ciclo de altas nos juros.
Atualmente, as taxas estão entre 5,25% e 5,50% ao ano. Um maior desemprego impacta diretamente na quantidade de dinheiro que tem na mão da população e, por isso, as expectativas são de que a inflação possa desacelerar – justificando um controle maior dos juros no país.
“Se por um lado foram criados mais postos de trabalho que o esperado, por outro a desaceleração de salários em curso, aliado ao aumento da taxa de desemprego e a revisão para baixo do dado anterior de criação de empregos, substanciam a leitura de que a economia começa a surtir efeitos da maior taxa de juros em décadas”, afirma William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.
Segundo o especialista, a leitura é a de que o Fed deve manter os juros inalterados daqui para frente, até que a inflação do país volte à meta.
Fonte: G1 – ECONOMIA