
Por g1
O dólar segue em alta nesta sexta-feira (24), caminhando para sua quarta semana consecutiva de ganhos, depois que temores de que juros mais altos nas principais economias levem a uma recessão abalaram o sentimento global, cenário que é agravado por receios políticos e fiscais domésticos.
Às 10h29, a moeda norte-americana subia 0,22%, vendida a R$ 5,2409. Na máxima até o momento, chegou a R$ 5,2430.Veja mais cotações.
Na quinta-feira, o dólar fechou em alta de 1,02%, a R$ 5,2292 – maior patamar de fechamento desde 11 de fevereiro (R$ 5,2414). Com o resultado, passou a acumular alta de 10,05% no mês. No ano, ainda tem desvalorização de 6,20% frente ao real.
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O que está mexendo com os mercados?
Lá fora, os mercados seguem pressionados pelas preocupações crescentes de que políticas monetárias mais rígidas e a inflação crescente aumentam as chances de uma recessão global.
Entre as commodities, os preços do petróleo tinham alta, com o barril de Brent se mantendo acima de US$ 110. Já os contratos futuros do minério de ferro subiram 1% na China após uma queda recorde de 10 sessões.
Os sinais de desaceleração do crescimento econômico diminuíam as expectativas sobre o quanto o Federal Reserve (BC dos EUA) aumentará os juros para conter a inflação.
Temores de que o aperto agressivo por parte dos principais bancos centrais causará uma retração econômica acentuada têm afetado os mercados financeiros neste mês. A atividade empresarial dos EUA desacelerou consideravelmente em junho, levando os investidores a reduzir as apostas sobre o pico dos juros e a antecipar suas apostas sobre o momento de cortes.
Na agenda doméstica, o IBGE divulgou a prévia da inflação de junho, que ficou em 0,69%, acima da taxa de 0,59% registrada em maio. No ano, acumula alta de 5,65% e, em 12 meses, de 12,04%.
A FGV mostrou que a confiança do consumidor avançou 3,5 pontos em junho, para 79 pontos. Apesar da melhora, o termômetro ainda segue abaixo do patamar de 1 ano atrás.
Na véspera, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que a meta de inflação para 2025 será de 3%. A tolerância para a meta ser considerada cumprida é de 1,5 ponto percentual. Com isso, a meta será considerada cumprida em 2025 se ficar entre 1,5% e 4,5%. Em nota, o CMN afirmou que a fixação da meta reduz incertezas e pode aumentar investimentos, pois aumenta a “capacidade de planejamento das famílias, das empresas e do governo”.
Investidores têm mostrado forte preocupação com a discussão de medidas do governo para compensar a alta dos preços dos combustíveis, que, por arriscarem levar a uma redução de receitas tributárias ou até mesmo a aumento de gastos num ano de aperto nas contas públicas, poderiam agravar a credibilidade fiscal do Brasil.
Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro sancionou, com vetos, o projeto que limita o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre itens como diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. Outras medidas atualmente sendo discutidas para aliviar os efeitos da inflação são elevação do Auxílio Brasil, aumento no valor do vale-gás a famílias e criação de uma espécie de voucher para caminhoneiros.

Fonte: G1 – ECONOMIA