Estimativa mostra aumento de fluxo de turistas internacionais no verão de 2017, mas apenas 23% dos empresários esperam alta no faturamento

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Atraídos pelo clima e pelos destinos com praias, 2,42 milhões de turistas estrangeiros devem visitar o Brasil durante a temporada de verão, que começou dia 21 de dezembro. Apesar da alta expectativa, os empresários do setor de turismo não estão otimistas com a temporada. De acordo com uma sondagem feita pela Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), 36% dos donos de hotéis e restaurantes do país esperam um faturamento menor do que o registrado em 2015.

A estimativa é de que haja um aumento de 11% na vinda de visitantes estrangeiros, em em relação ao mesmo período do ano passado – fazendo uma comparação maior, o Brasil deve receber em média, ainda no verão, um terço do total de turistas que visitaram o país em 2015 (6,3 milhões de pessoas). Mesmo com esses números, o levantamento da FBHA indicou que, dentre os empresários do setor, apenas 23% esperam receitas maiores em 2016 do que em 2015 – e, ainda assim, de no máximo 5%. Dezoito por cento dos entrevistados acreditam que o faturamento será igual ao registrado no ano passado; 16% esperam alta de 5% a 10% e apenas 7% acreditam em alta entre 11% e 30%.

Mesmo com uma cotação do dólar atraente para os visitantes estrangeiros, ainda há muito a ser melhorado para esperar números melhores para o faturamento das empresas. O aumento de visitantes deve ser considerado como um passo para tentar aumentar a boa fama do País, que, mesmo com o resultado de 98% de aprovação em hospitalidade obtido nas Olimpíadas Rio 2016, ainda se encontra em 45º lugar do ranking mundial de destinos da Organização Mundial do Turismo – atrás da Eslováquia e da Bulgária, por exemplo.

“Precisamos aproveitar todo o potencial turístico do País, desde a geografia e o clima variados até a cultura diversificada, que, aliada à hospitalidade da nossa gente, fazem do Brasil um destino perfeito para qualquer tipo de viagem. Para isso, precisamos aprender a solidificar nossa imagem no imaginário do turista estrangeiro, de forma que vir para cá seja uma aspiração, um sonho. O turismo é, atualmente, a atividade econômica que mais rapidamente pode reverter a crise econômica, gerando mais divisas, emprego e renda para os trabalhadores. Não há por que negligenciar esta vocação natural”, afirma Alexandre Sampaio, presidente da FBHA.

Sampaio espera que, para 2017, o governo tome medidas para beneficiar o setor e impulsionar a atividade, como permitir a celebração de contratos de trabalho intermitente, garantindo a geração de empregos durante os períodos de maior demanda, mas sem onerar a hotelaria durante os períodos de baixa temporada. Outro ponto que o empresário destaca é a igualdade no tratamento dos players do setor. Como exemplo, ele cita a regulamentação do Airbnb como negócio, o que faria com que a empresa fosse tributada como qualquer outro negócio em operação no Brasil. Acredita-se que esta informalidade, que pode baixar os preços das locações em até 30%, tenha um impacto grande na queda das taxas de ocupação da rede hoteleira.

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