
Segundo o executivo, os custos dos insumos usados pela indústria (sementes, grãos, energia e combustíveis) estão demorando mais para parar de subir do que os empresários do setor esperavam.
Para Dornellas, também presidente do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar Nutricional de São Paulo), ex-vice-presidente da Nestlé do Brasil, os custos sobre as cadeias de produção precisam recuar ainda neste semestre para que a inflação de alimentos no Brasil comece a perder força.
Rússia x Ucrânia traz mais incertezas
Mas novas fontes de incertezas, como o conflito entre Rússia e Ucrânia, ameaçam estimular novos aumentos de preços de commodities e de petróleo, renovando pressões de custos da indústria e, por tabela, da inflação.
A tendência de alta dos preços, se mantida a situação de conflito, impacta diretamente nos custos de produção e nos preços de combustíveis no Brasil, bem como no dos materiais para embalagens plásticas derivados do petróleo, o que pode trazer desafios para a indústria de alimentos nacional.
Ano passado, as vendas da indústria brasileira de alimentos cresceram 16,9%, atingindo R$ 922,6 bilhões, puxadas pelas exportações, que avançaram 18,6%. Mas as vendas domésticas, que respondem por 73% do faturamento do setor, cresceram bem menos: 1,8%.