
O avanço da variante ômicron em todo mundo é visto com preocupação por autoridades sanitárias e profissionais da saúde. Mesmo diante da empolgação de conhecer um novo país ou de uma viagem cuidadosamente planejada, o melhor neste momento é recuar e remarcar as viagens internacionais. Uma demonstração disso é o fato de que diversas companhias aéreas estão cancelando voos internacionais e domésticos.
“Recomendo que as pessoas visitem viajar para fora do Brasil neste momento. Não é prudente”, orienta o infectologista Carlos Magno. “A ômicron é uma variante que se espalha com uma rapidez nunca vista antes. Mesmo que ela cause menos casos graves, esse número não é zero”, afirma.
Ou seja, ainda assim há chances que uma pessoa contraia a ômicron e o quadro evolua para um caso grave. “Há um risco no entendimento das pessoas em relação à variante de que, como a ômicron é mais leve, ela é mais leve para todo mundo. Não é. Ela apresenta 75% menos internações comparada com a Delta, que era a variante anterior. Mas, de acordo com a Unicamp, cerca de 1% de quem contrai a ômicron precisa se internar; se o número de infecções for grande, esse número será grande também”, explica o médico.
Magno também cita o aumento de casos que o Brasil enfrenta neste momento e o fato de alguns estados terem retirado a obrigatoriedade de máscaras, o que intensifica as infecções. “Já estamos colhendo os frutos da catástrofe do ano novo. Sabemos que as pessoas estão cansadas, mas é muito importante pensar medidas de controle e manter a obrigatoriedade das máscaras”, afirma o infectologista.
Por fim, o médico alerta que os turistas podem enfrentar imprevistos indesejados relacionados à Covid-19 ao viajar para outros países, principalmente no caso de pessoas que viajam para países menores que testam pouco e têm baixa taxa de vacinação. É o caso, por exemplo, dos países africanos.
“Supondo que uma pessoa vem de Botsuana e faça uma escala em Paris para retornar ao Brasil. Pode ser que o país onde a escala acontece obrigue que o turista realize um novo teste de Covid-19. Caso esse teste seja positivo, ela terá de desembarcar em Paris, por exemplo”, explica o médico.
Além dos riscos sanitários, essa possibilidade pode causar diversos transtornos ao turista, inclusive financeiros. “A própria pessoa vai ter de arcar com os custos porque não foi um erro da companhia aérea. Ela vai ter que ficar com recursos próprios ou pedir abrigo para a embaixada ou o consulado brasileiro no país em que estiver”, diz.
Por esse motivo, o ideal para o médico é renegociar viagens que não sejam feitas por necessidade extrema, como motivos familiares e de trabalho. “Se tem uma viagem comprada, fale com o operador. Deixe para daqui a seis meses ou para o fim do ano. Não é o momento de ir para o exterior agora”, afirma.
Fonte: IG – Turismo