
Ao contrário de 2020, este fim de ano deve ser movimentado para o setor de alimentação fora do lar, com quase 80% da população vacinada contra a Covid-19; o 13º salário impulsionando a economia; a retomada das atividades econômicas nos últimos meses; e as pessoas voltando a ter uma rotina mais fora de casa.
De acordo com Darcílio Junqueira, diretor da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), a expectativa é grande por parte do empresariado para preencher, pelo menos em parte, o rombo deixado no período de pandemia.
“Observamos uma expectativa de aumento médio de 15% no movimento deste fim de ano, embora seja inferior ao que registramos em dezembro de 2019”, explica o líder sindical.
O empresário Divaildo Bartolomeu de Lima Junior, do Tábua de Carne, churrascaria e restaurante de cozinha regional com 30 anos de mercado, instalado em Campina Grande (PB), espera um aumento de 30% no faturamento do último mês do ano e aposta em pacotes fechados por pessoa para alavancar as vendas. “Nós precisamos contratar mais pessoal para dar conta da demanda, além de lançar várias promoções para diferentes tipos de clientes, o que inclui pessoas físicas, comemorações de amigos e grupos corporativos”, afirma.
Outro exemplo é a Pizzaria 2000, de Paraupebas, no Pará. O sócio da empresa que está de portas abertas há 14 anos, Jânio Valadares, conta que o movimento este ano não deve ser muito surpreendente, mas precisou contratar mais cinco funcionários, que se somam aos 25 já existentes, para dar conta da demanda. Com capacidade para 120 pessoas, a casa especializada em pizza precisou reajustar os preços dos produtos, em média, 15% frente a um aumento dos insumos bem superior a isso. “Tivemos um ano melhor que 2020, mas ainda falta bastante para equilibrarmos as perdas que acumulamos no período mais dramático da pandemia”, afirma.
Já Fernando Blower, do Meza Bar, tradicional restaurante contemporâneo, especializado em coquetelaria, da “Cidade Maravilhosa” (RJ), está otimista: “Temos tido, quase todos os dias, casa cheia, com bastante demanda de confraternizações. O movimento tem sido melhor do que no ano passado, mas inferior ao registrado em 2019”, explica, lembrando que as redes sociais têm sido o canal mais utilizado pela empresa para promover os drinks, carro-chefe do estabelecimento.
O empresário brasiliense Jael Antônio da Silva, do restaurante e temakeria Makisan, instalada no Sudoeste, bairro nobre da capital federal, espera um movimento igual a 2020 e inferior ao registrado há dois anos. “Temos investido em promoções no almoço, o que tem gerado bons resultados, mas enquanto o preço dos insumos aumentou 30% na comparação com o ano passado, o preço do cardápio não conseguiu equilibrar, tendo aumentado apenas 10%”, conta.