Para presidente da FBHA, a iniciativa da AccorHotels reforça a tese de que o potencial turístico do País ainda não é totalmente explorado, e que há espaço para novos investimentos. Segundo Alexandre Sampaio, a atividade pode trazer o Brasil de volta para o caminho do crescimento e desenvolvimento econômico
A crise é mesmo sinônimo de oportunidade? A julgar pelas notícias do turismo no Rio de Janeiro, sim. A cidade receberá investimentos da ordem de R$ 100 milhões este ano do grupo francês AccorHotels, que está de olho nos turistas que virão ao Brasil para as Olimpíadas e também no potencial turístico do Rio de Janeiro.
Reportagem do jornal O Globo mostra que o Hotel Santa Teresa, localizado no charmoso e boêmio bairro de mesmo nome e administrado pela também francesa Relais & Château, passará para o controle da rede Accor e ganhará, após investimentos de R$ 30 milhões, a bandeira de luxo MGallery by Sofitel. No mesmo bairro, com um montante investido de R$ 70 milhões, o grupo construirá um segundo hotel – este, com outra marca de luxo de seu portfólio, o Mama Shelter. A primeira unidade desta marca na América do Sul deverá ser inaugurada em maio.
Ao todo, o grupo construiu 27 hotéis no Brasil no ano passado, dos quais seis no Rio.
O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, que vem defendendo o turismo como a principal atividade capaz de reverter o cenário econômico de crise e trazer o País de volta para os rumos do crescimento, avaliou as iniciativas do grupo Accor: “O investimento mostra que, apesar da atual crise econômica, o Rio é capaz de atrair investimentos internacionais e que o setor hoteleiro não se resume à Barra da Tijuca”, disse, fazendo referência ao bairro da zona Oeste que ganhou as atenções de diversos grupos hoteleiros nos últimos anos, como os americanos Hilton e Global Hyatt Corporation.
Segundo reportagem do Globo, a rede Accor, que já possui 234 hotéis em operação no Brasil, pretende abrir mais 20 unidades no estado do Rio de Janeiro até 2020, totalizando cerca de R$ 800 milhões em investimentos. O foco são as cidades com mais de 100 mil habitantes, como Niterói, Petrópolis, Volta Redonda e Macaé, entre outras. “Nosso desafio é promover o Rio como destino turístico depois das Olimpíadas”, afirma Patrick Mendes, presidente do grupo na América do Sul.