Setor de alimentação fora do lar deve perder 75 mil empregos no CE

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Um dos setores mais afetados pelas medidas de isolamento social impostas para reduzir a propagação do novo coronavírus, o segmento de alimentação fora do lar deve perder, só no Ceará, cerca de 75 mil postos de trabalho com o fechamento de negócios do ramo. 

A estimativa é do Sindicato de Restaurantes, Bares, Barracas de Praia, Buffets e Similares do Estado do Ceará (Sindirest-CE), que prevê o fechamento de 30% dos estabelecimentos devido à pandemia. 

O presidente da entidade, Dorivam Rocha, aponta que, em números reais, aproximadamente 7,5 mil casas em todo o Estado não devem conseguir reabrir as portas – 2 mil delas apenas em Fortaleza.

“Fazemos uma média de 10 funcionários por estabelecimento. Esse número varia muito, pois temos negócios com grande variedade, mas, em média, são 10 pessoas, o que dá 75 mil colaboradores demitidos”, explica Rocha. Ao todo, Fortaleza possui cerca de 7 mil estabelecimentos de alimentação fora do lar, empregando 70 mil pessoas, enquanto no Ceará esse número chega a 25 mil negócios e 250 mil empregos diretos.

Retomada

O presidente do Sindirest, Dorivam Rocha, ressalta que não vê mais motivo para parte do segmento ainda permanecer fechado por acreditar que os restaurantes são mais seguros em termos de contaminação que outras atividades que já foram liberadas 100%. 

“Nós já trabalhamos com uma série de protocolos sanitários mesmo antes da pandemia. A adaptação que tivemos que fazer para poder reabrir foi pequena. Se ainda passarmos muito mais tempo fechados, muita gente ainda vai sair do mercado por conta dessa demora. Esse percentual de 30% pode facilmente dobrar”, dispara Rocha.

Crédito

Uma das principais ferramentas utilizadas para evitar novas falências, o crédito não tem conseguido ser acessado com facilidade. Segundo Rocha, cerca de 0,5% dos negócios tiveram algum empréstimo ou financiamento aprovado. “O crédito não existe, está muito limitado, a gente não tem relato de empresas que conseguiram. Além disso, os aplicativos de delivery – atividade pela qual pouco do faturamento dos restaurantes conseguiu ser mantido – estão contribuindo para o fechamento dos negócios. Eles cobram 30% do valor de cada pedido enquanto os estabelecimentos estão com pouca demanda e receita”, revela.

Pensando uma alternativa, o Sindirest, em parceria com a Solução Sistemas, irá lançar um aplicativo próprio de entregas em agosto: o Pensou Chegou. Inicialmente, a plataforma estará disponível apenas na Capital e promete mais vantagens também para os consumidores.

Fonte: Diário do Nordeste

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