Por g1
O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (22), com os investidores à espera de um acordo sobre o aumento do teto da dívida pública dos Estados Unidos. O receio do mercado é que o país dê um calote caso os líderes não cheguem a um acordo — o aumento da dívida permite que o governo capte mais recursos via venda de títulos públicos.
No Brasil, a expectativa é pela votação do texto do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados. Destaque também para a divulgação da última edição do Boletim Focus, do Banco Central do Brasil (BC), que mostra uma queda nas projeções para a inflação em 2023.
A moeda norte-americana caiu 0,50% nesta segunda, cotada a R$ 4,9701. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira (19), o dólar teve alta de 0,56%, aos R$ 4,9952. Com o resultado de hoje, a moeda norte-americana passou a acumular:
- Queda de 0,35% no mês;
- Recuo de 5,83% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
Embora a agenda econômica desta semana conte com algumas divulgações importantes, como o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) no Brasil, ambos na quinta-feira (25), Vitor Miziara, sócio da Perfoma Investimentos, destaca que o que movimentou os mercados, em nível global, foi a agenda política.
O grande destaque é o mesmo das últimas semanas: a renegociação do teto da dívida norte-americana.
Neste fim de semana, o presidente da Câmara dos Estados Unidos. Kevin McCarthy (republicano) disse que deve se reunir com o presidente Joe Biden (democrata) nesta segunda para tentar chegar a um acordo. A informação foi confirmada pela Casa Branca.
Miziara pontua que os líderes e os dois partidos precisam chegar a um acordo ainda nesta semana, já que logo no começo do próximo mês algumas das dívidas americanas começam a vencer, o que levaria o país a dar um calote.
Em entrevista concedida à emissora NBC neste domingo, Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos, disse que, em sua avaliação, “a possibilidade de chegar a 15 de junho, sendo capazes de pagar todas as nossas contas, é muito baixa”, caso a renegociação não seja fechada até 1° de junho.
No Brasil, a agenda política também é destaque, mas com as expectativas de que o texto do novo arcabouço fiscal seja votado nos próximos dias pela Câmara dos Deputados.
Especialistas consideram que a proposta deve ser aprovada, mas ressaltam que o mercado estará atento às mudanças que podem ocorrer no texto e que possam impactar, principalmente, a inflação.
Também no cenário doméstico, o Boletim Focus divulgado nesta segunda mostra que os economistas do mercado financeiro reduziram suas projeções para a inflação de 2023, de 6,03% para 5,80%.
O relatório do BC ainda revela que as expectativas para o PIB brasileiro neste ano cresceram de 1,02% para 1,20%.
Fonte: G1 – ECONOMIA