Passada a Copa do Mundo, o futuro do setor de hotelaria em Cuiabá volta a ser preocupante. Um dos maiores problemas é que o número de leitos oferecidos dobrou desde que a cidade foi escolhida com uma das sedes do campeonato mundial. Durante os quatro jogos da primeira fase do campeonato que a cidade recebeu houve um aumento de 17% no faturamento da rede hoteleira da cidade, mas o que os empresários do ramo alertam é quanto à ocupação a partir de agora e o retorno dos investimentos feitos para adequar os empreendimentos para o evento.
Em 2009, quando Cuiabá foi escolhida como sede, a cidade contava com cerca de 8,5 mil leitos. Hoje, o número passa dos 15 mil e, até o final do ano que vem, deve chegar a 17 mil leitos, já que há 12 hotéis ainda em construção na região. “Esperávamos mais porque nós achávamos que os turistas fossem ficar um período maior de tempo. A média de estadia foi de apenas dois dias. Esperávamos que a pessoa viesse conhecer a cidade, mas também fosse visitar o Pantanal, por exemplo”, explica Luiz Carlos Nigro, presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Mato Grosso (SHBRS/MT).
Segundo Nigro, o principal risco para o setor continua sendo o de falência. “Cuiabá não tem demanda para preencher todos esses leitos criados. Hoje, a taxa de ocupação dos hotéis muito provavelmente vai cair dos atuais 60% para 35%”, avaliou. Para Nigro, para que o turismo volte a crescer em Mato Grosso e o setor hoteleiro evite a falência, é necessário que não apenas o Governo, mas os empresários tragam grandes eventos para a cidade. “Nosso foco deve ser investir na realização de grandes eventos em Cuiabá. Temos agora um parque hoteleiro moderno, infraestrutura de aeroporto e mobilidade urbana. Agora, o parque hoteleiro precisa agir positivamente para que a gente possa captar grandes eventos para a cidade, que antes não vinham por falta de hotéis, como é o caso de eventos como o Agrishow, porque agora temos capacidade de comportar a todos”, finalizou Nigro.